quarta-feira, abril 13, 2005

Esta semana:

Death From Above 1979 - You're a woman, I'm a machine (2004)



Foi-se o tempo do power trio. A moda agora é outra, e veio para subverter a ordem hermética do rock'n'roll. No ano 2000 nasceu em Nova Iorque, para desespero de alguns, o White Stripes, no qual o duo Meg e Jack White (bateria e guitarra, respectivamente) dispensava o contra-baixo. Narizes torcidos à parte, a idéia estava lançada, e contrariando algumas expectativas, a dupla seguiu em frente, somando quatro discos na mochila e presença marcada em festivas como Reading Festival e outros tantos mundo afora.

A última novidade do gênero vem de Toronto, Canadá, e atende por Death From Above 1979, ou, para os mais íntimos, DFA 1979. A dupla Sebastien Grainger e Jesse F. Keeler (baterista/vocalista e baixista, respectivamente) dispensa a guitarra, utiliza eventualmente um teclado e, mesmo assim, consegue neste primeiro trabalho, "You're a Woman, I'm a Machine", sonoridades que nada devem ao clássico trio guitarra/baixo/bateria. Assim, a estética minimalista, ao contrário dos irmãos White, não causa aquela primeira sensação de faltar algo. É quase possível, em alguns momentos, encontrar guitarras nas músicas do DFA 1979. E altamente distorcidas, diga-se de passagem.

Esta excentricidade instrumental e, conseqüentemente, sonora, acaba por chamar a atenção de admiradores dos mais variados estilos. A tendência índie que retoma - descaradamente em alguns casos - os anos sessenta abre espaço para uma levada mais pesada, baseada em riffs distorcidos que tendem ao metal, e a baterias com tempos duplicados que nada devem ao punk. Logo em "Turn it Out", faixa que abre o disco, os ruídos que se intercalam com o baixo mostram os rumos da dupla canadense. E se alguém ainda duvida da capacidade de unir boas melodias e distorções, é só deixar o CD rodar até "Romantic Rights". Soará clichê, mas é impossível ficar parado ouvindo esta música.

Quer dizer, não apenas "Romantic Rights" impossibilita o ouvinte de ficar sentado. "Going Steady" e "Go Home, Get Down" são diretas, pesadas e confirmam todas as expectativas deixadas por "Turn it Out". Há pontos que tendem a mostrar o lado mais experimental da banda, nos quais são explorados os (eventuais) teclados e duas ou três linhas de baixo simultaneamente. "Black History Month" é recheada de sons e variações na bateria que acabam por diferenciá-la em meio as outras composições do disco; "Sexy Results", que fecha o trabalho, sobrepõe bateria, percussão e uma voz quase sussurrada, e por isso se coloca ao lado de "Black History Month" no que diz respeito a experimentação.

De maneira geral, o disco da dupla canadense é uma pancada certeira e potente. "Blood on our hands", "Little Girl" e 'Cold War" são apenas alguns exemplos de um álbum pesado, bem trabalhado e inventivo. E não estranhe o fato de eles serem do Canadá, assim como o ótimo Arcade Fire ou The Dears (que vocês logo ouvirão falar). Existe por lá um programa governamental de incentivo a indústria musical do país, o "Canada Music Found". Acho que nem precisa perguntar se funciona. Por isso, o White Stripes que se cuide.

terça-feira, abril 05, 2005

Esclarecimento

Esta semana, aquela corda no pescoço apertou um pouco mais. Então, sem ar e sem tempo, não puder escrever a resenha desta semana. Todavia, prometo atualizar o Maquinário assim que possível. Algumas resenhas estão quase prontas, por isso acredito publicar material novo sem demora.

A propósito, obrigado pelas 1000 visitas.

Até mais